sexta-feira, janeiro 30, 2009

Um estranho ser chamado Homem


Boas! Corteses fãs ou adulteráveis visitantes deste incomensurável blog, trago-vos hoje uma postagem que com certeza fará muita tinta correr na imprensa cor-de-rosa. Devo avisar desde já que a leitura deste texto não é aconselhável a cardíacos ou a quem simplesmente não aprecia sexo lésbico (visto que são uns totós!).
Bom, voltando à questão, aqui está mais uma modesta opinião do vosso comentador político, Hugo Pinto.


Há poucas coisas de que todo o ser humano se embaraça ou se sente desconfortável. É possível eu sentir vergonha de algumas coisas, mas existe sempre um outro ser humano que compense não tendo vergonha dessas mesmas coisas. No entanto, existe, de facto, uma situação que deixa TODOS os seres humanos, pelo menos os racionais, desconfortáveis.
E isso é? - Perguntam vocês.

Defecar, arriar, como lhe queiram chamar, fora da nossa própria casa.
É um facto. Nunca, como seres humanos, teremos a capacidade de nos abstrair de todos os preconceitos e libertarmo-nos num outro lado que não no nosso lar. É inegável. E é também inegável que cada um de nós faz todos os possíveis e impossíveis para evitar esta situação.
Aqui estamos nós, no nosso local de trabalho, acabados de descer da hora do almoço. Apetece-nos um doce e tiramos o chocolate branco do bolso que trouxemos às escondidas para dar uma trinquinha. Efeito supersónico. Sentimos os nossos abdominais anormalmente bem tonificados a apertarem, a apertarem e a apertarem. Começamos a sentir aquela vontadinha do “já se fazia…”, mas não, não estou em casa, aguento até chegar. É então que surgem os primeiros efeitos pós-aguentação (palavra técnica para o efeito), sentimos algo dentro de nós, lá por baixo, a gritar por liberdade, a esticar as mãos para fora das grades, a agitar-se ruidosamente dentro da sua cela.
Mas não podemos deixar sair a fera, temos de domar o monstro até ser o momento ideal, ou seja, quando estivermos em nossa casa. Somos obrigados a recatarmo-nos num canto, sozinhos, onde possamos soltar uma flatulência, silenciosa, mas que nos faz ter de abandonar rapidamente o local porque simplesmente não aguentamos o nosso próprio cheiro. Encolhemos a nossa cela o mais que podemos e começamos a reparar que estamos a andar de uma forma esquisita. A besta continua agitada dentro da sua prisão, parecendo chamar reforços para mandar a porta da masmorra abaixo. Depois de aguentarmos, aguentarmos, aguentarmos, a fera grita guturalmente, nós aguentamos, a fera bate com força na porta, nós aguentamos, a fera encontra a fechadura da porta e, chamando os seus reforços, começa a fazer força contra a fechadura que vai vacilando perante tamanha força. A fechadura começa por aguentar mas depressa se vê o primeiro sinal de fragilidade. A fechadura começa a abrir-se e, quando damos por nós, somos obrigados a superar todos os recordes estabelecidos pelos velocistas olímpicos e a deslocarmo-nos a mais de 270 quilómetros/hora, cometendo atropelamentos às pessoas que se cruzam connosco, querendo evitar olhares e sentindo gotas de suor (não provocadas pelo cansaço mas sim pelo esforço que estivemos a fazer os últimos dez minutos) a cair-nos pelas têmporas.
Ali está ela.
A porta do nosso cubículo da casa de banho. Nem sequer temos tempo para escolher aquela que está mais limpa, apenas a que está mais perto. Num acto de loucura desenfreada, quase arrancamos o cinto das calças e rasgamos a roupa interior. Fazemos o primeiro exercício físico puxado do dia, aguentando um tempo indeterminado na melhor posição de cócoras que conseguimos aguentar.
E finalmente acontece.
Como uma melodia que há séculos ansiava por ser tocada, sentimos a nossa fera a quebrar as correntes que a acorrentavam e a sair velozmente em liberdade, chapinhando nas águas turvas do pântano para onde cai. E nós enviamos ao mundo o nosso melhor suspiro de alívio, intimamente satisfeitos por obtermos um prazer tão glorificante com um gesto tão reles.
E de repente, damos por nós. Estamos numa casa-de-banho pública, com papéis por todo o chão, cheio de poças de líquidos que não conseguimos determinar bem o que são, portas desenhadas…um local simplesmente imundo. E, no fim, onde está ele?
O papel higiénico. Olhamos para todos os lados do nosso apertado cubículo, mas nem sinais dele. Simplesmente não há. Olhamos por debaixo da porta (porque as portas dos cubículos das casas-de-banho publicas continuam a insistir em não chegar até ao chão, deixando um espaço de dez centímetros, eu já medi, entre o fim da porta e o chão) e averiguamos se está mais alguém dentro do wc. Não. De calças na mão e rabo (para os que têm) imundo, deslocamo-nos ao cubículo mais próximo e roubamos o papel higiénico. Voltamos ao nosso cubículo (porque ninguém consegue começar esse acto num e acabar noutro) e limpamos o que temos a limpar. E aqui vai uma pergunta: Não neguem que é verdade, porque é: Porque é que sempre que limpamos o nosso rabo, mesmo que tenhamos acabado de fazer as fezes mais horripilantes de que tenhamos memória, temos de olhar para o papel higiénico com que acabámos de limpar o nosso traseiro e apreciar a nossa bela arte abstracta?! Porquê? Para ver se está limpo? Não podemos simplesmente estipular um número de vezes que possamos limpar e acaba aí a coisa?
Finalmente saímos do nosso cubículo e nem coragem temos para nos olharmos para o espelho. Como bons portugueses que somos, nem nos damos ao sacrifício de lavarmos as mãos naquela água gelada dos wc’s públicos.
E vivemos com esse peso na consciência…não o de não termos lavado as mãos mas sim o de termos feito o que fizemos…fazermos cocó num lavabo público.


AGRADECIMENTOS: Hoje tenho, perdoem-me os meus dedicados fãs, de agradecer esta postagem à minha querida mãezinha por me enviar sempre almoços tão deliciosos para o trabalho mas que, passado 30 minutos, já estão a fazer o efeito descrito neste texto. No entanto, um primor na cozinha, vos digo! Cumprimentos aos pais.

domingo, janeiro 25, 2009

Os atrasados que me atrasam


Boas! Insaciáveis fãs ou crespos visitantes deste meu gracioso blog, hoje vim apenas escrever uma postagem para pedir aos senhores proprietários dos veículos que se põem propositadamente à minha frente andando muito para além do devagarinho quando saio um pouco mais tarde de casa em direcção ao trabalho para, por favor, deixarem de pôr esse plano para me fazerem chegar atrasado ao trabalho em prática. Sim, já não acredito que isso seja sem querer, visto que quando saio a horas (basta 5 minutos antes) conseguir chegar um quarto de hora antes ao trabalho, enquanto que se sair 5 minutos depois da hora usual chego 15 minutos depois da hora da minha entrada. Já me arreliaram o quanto-baste e penso não ser merecedor de tamanha penitência.
Só para os mais interessados, deixo um episódio que se sucedeu hoje no meu local de trabalho:

(Telefone toca. André atende):
- Estou sim?
- Sim, boa tarde…olhe eu queria saber se vocês têm um carro a pedais de dois lugares do Tarzan…
- Do Tarzan não minha senhora, de dois lugares temos apenas um de formato amarelo… (Juro que o André disse “formato amarelo”) …não temos nenhum outro carro de dois lugares, mas pode tentar na loja do Colombo…”
(A senhora pede o número da loja, André, competente, fornece-lhe o contacto. Passado 5 minutos, novo telefonema. André atende novamente.)
- Estou sim?
- Estou? (é a mesma velhinha de à bocado) Olhe eu liguei agora para a loja do Colombo e disseram-me que havia um carrinho de dois lugares na vossa loja…
(André tenta disfarçar: )- Ah…deve ter sido um engano do meu colega aqui da loja, deixe-me só confirmar…
- Pois, é que o seu colega falou-me de um outro carro mas eu quero um carro para a criança pedalar, não é para a criança empurrar com os pés...
- Muito bem, deixe-me só confirmar…
(André põe a chamada em espera o tempo suficiente para fingir que fala com o suposto colega)
- Minha senhora, o meu colega diz-me que não temos o carro…
- Olhe desculpe, mas não se importa só de ir à loja confirmar? É que o seu colega não é muito inteligente…
(Hugo e André sentem as pernas a vacilar e caem redondos no chão a chorar a rir. André, recomposto, recupera a postura)
- Sim senhora, vou confirmar de imediato…
(André põe novamente a chamada em espera, desta vez tempo suficiente para fingir que vai à loja confirmar a existência do artigo)
- Estou sim, minha senhora?
- Sim?
- Olhe, carros de dois lugares a pedais nós não possuímos…a pedais só temos mesmo uns karts…
- Mas é só para uma pessoa?
- Sim sim…
- E vira?
- Sim senhora, vira para a esquerda e para a direita…e em frente.
- Pois, é que realmente o seu colega não me falou nesses carros, não me leve a mal, mas ele não percebe muito disso…
- É do sono minha senhora, ainda é de manhã e o meu colega também não é da secção… (mais uma vez, é garantido que o André disse isto, bem como o “vira para a esquerda, para a direita e em frente”)
- Pois, está bem, muito obrigado.
- Obrigado, bom dia!

(Por estas e outras razões não revelo o meu local de trabalho. Deixei aqui ao leitor uma amostra de uma das razões pela qual ainda não tive a coragem de abandonar o meu local de trabalho. Não há nada como clientes mal dispostos! Fazem-me felizes!)



AGRADECIMENTOS:
Desta feita pretendo prestar aqui a minha homenagem a dois seres que marcaram a minha vida: O ser estúpido e o ser ridículo! Marcaram-me de uma forma irreversível, e por muito que eu queira já não consigo deixar de o ser. Muito obrigado! Cumprimentos aos pais.

domingo, janeiro 11, 2009

Mercado de trabalho...muito trabalho.



Boas! Exuberantes fãs ou banais visitantes do meu afagado blog, tenho-vos a informar que recentemente entrei para o mercado de trabalho. Para quem não sabe o que é estar no mercado de trabalho, devo avisar o seguinte: Vocês são uns madraços, vão mas é trabalhar! (Para quem não sabe o significado da palavra madraço, por favor consultem um dicionário). Bom, vou tentar não me demorar nesta postagem.

Ao entrar no mercado de trabalho a minha reacção foi: “Baril, agora vou poder ter dinheiro meu, vai ser bestial poder comprar o que bem me apetecer e frequentar prostitutas!”. No entanto, o que fiquei desde logo a saber foi que, por algum feito mágico, cerca de um quinto (números fictícios) do meu salário é sugado por uma máquina de vácuo a que os adultos (que percebem muito destas coisas) gostam de chamar de “Estado”. A pergunta agora impõem-se: O que é que muda por um quinto (novamente números fictícios) do meu ordenado não vir a ser utilizado por mim? Em primeiro lugar, o leitor não tem nada a ver com a minha vida pessoal, portanto não lhe darei o prazer de ver essa pergunta respondida. A verdade é que com esse furto a que passei a ser alvo, o que pode acontecer é que na minha primeira visita a uma profissional da prostituição eu não tenha dinheiro para adquirir os serviços de uma profissional saudável, tendo por isso de recorrer a uma profissional de inferior qualidade e que possa mesmo ser portadora de doenças sexualmente transmissíveis. Este facto deixa-me bastante insatisfeito e a ficar a olhar de lado para o Estado, seja lá o que isso for na realidade.

Outra situação que reparei ao estar empregado, é que passo a ser alvo duma ditadura dentro duma democracia. Na verdade, os patrões possuem um regime altamente totalitário onde nenhum empregado pode sequer, imagine-se, mandar-lhes ir dar uma volta! Isto deixa o meu orgulho de rastos, sendo eu alvo de chacota pelo meu lado vil da consciência que me diz ao ouvido “Então cãozinho, não vais arrumar a tua secção tal como o teu patrão te mandou?” e “Muito bem, senhor Hugo…a arrumar as caixas de duas toneladas na prateleira de cima, como manda o chefe!” Geralmente mando esse meu lado da consciência dar uma volta ao bilhar grande, mas começo-me a aperceber que ele tem razão e que, de facto, eu sou um cãozinho. Mas um cãozinho com pedigree!

Mudando ligeiramente de assunto, é impressionante a variedade de clientes com quem podemos cruzar uma breve conversa, e alongaria demasiado esta postagem caso pormenorizasse cada um do tipo de pessoas com quem lido agora no meu dia-a-dia. No entanto, tentarei demonstrar o tipo de criaturas que deambulam pelas mesmas lojas que o leitor:
Existe, primeiramente, o cliente chato, que nos faz montes de perguntas sobre determinado artigo exposto na loja, perguntas essas cujas respostas desconhecemos por completo mas que, ainda assim, insistimos em inventar uma resposta credível. Isto, obviamente, até ao dia em que surge um cliente possuidor de um Q.I. superior ao nosso, como é geralmente o meu caso, em que se sucede a seguinte situação:
- Olhe, chegue aqui, por favor.
-Boa tarde!
- Olhe, é o seguinte, eu quero saber a quanto é que anda este carro a bateria.
- Portanto, este carro possui uma bateria de 6 volts, pelo que atingirá no máximo 4 quilómetros horários.
- Só? Mas isso é muita fraquinho! Não têm mais?
- Temos também motas e carros a bateria de bateria de 12 volts, mas essas também não ultrapassarão os 6 quilómetros horários.
- 6?! Mas está ali no papel a dizer que dá os 8 quilómetros/hora!
- 8? (Hugo faz-se despercebido) Ah…sim, está-se a referir àquela mota, pensei que estivesse a falar-me desta…(disfarça este elegante macho latino conhecido vulgarmente por Hugo)
- Não, é esta! Isto dá os 8 quilómetros/ hora não é verdade?
- Exacto.
- E a bateria disto dura quanto tempo?
- A bateria tem uma autonomia de duas horas, mas como as crianças nunca costumam andar duas horas seguidas…ainda dura uns diazitos…mas a mota já traz o carregador.
- E quanto tempo é que demora a carregar?
(Aqui Hugo é apanhado desprevenido, não fazendo a mínima ideia de que resposta dar)
- A bateria dura…cerca de…uma hora a carregar!
- Uma hora?! Então mas ela demora menos tempo a carregar do que a andar?! Como é que isso é possível?!
(Neste momento, Hugo foi descoberto na sua emboscada de falsidade. No entanto, não pode demonstrar qualquer sinal de fragilidade, pelo que é forçado a improvisar)
- Sabe, este fabricante é bastante conhecido pelo desenvolvimento técnico dos seus artigos…
- Mesmo assim…oh amigo, tem mesmo a certeza do que me está a dizer?
- Claro! Mas se pretender eu posso consultar um colega meu para ver se ele contraria a minha afirmação.
- Faça o favor.
(Hugo desloca-se ao armazém)- Porra Tiago, disse a um cliente que a bateria da mota de 12 volts demora uma hora a carregar!
- Uma hora?! Então as de 6 volts demoram seis horas…
- Epá e agora?
- Agora sei lá…dá a volta ao cliente! (por estes motivos não revelo o estabelecimento que me empregou)
(Hugo regressa ao diálogo com o cliente
)
- O meu colega informou-me que mudámos de fornecedor, pelo que os carregadores são um pouco mais fracos…essa mota demora mais de 6 horas a carregar.
- Mudaram de fornecedor? Mas a bateria tem de ser a mesma, amigo…
- Claro…
- Então o que é que me está a querer dizer?
(Neste momento todo o espírito criativo de Hugo desfalece e este é forçado a espetar a chave de fendas que segurava na mão direita na têmpora do cliente, que rapidamente cai ao chão envolto numa poça de sangue. Num gesto extremamente rápido, Hugo puxa o cliente para o armazém enquanto os seus colegas que passavam pelas redondezas limpam o rasto de sangue deixado pelo cadáver. Momentos mais tarde, os restos mortais do cliente foram devorados pelos empregados do estabelecimento comercial.)

Outra situação a que estou sujeito é a ser abordado por um cliente visivelmente analfabeto e de Q.I. inferior a uma batata frita, mas que, inexplicavelmente, traz consigo uma mulher de fazer inveja a qualquer um. O tipo de diálogo que se pode desenrolar nesta situação será próximo do seguinte:
- Boa tarde, posso ajudá-la?
(O marido antecipa-se à resposta da fêmea que eu havia abordado)
- Boa tarde, eu tenho um filho que está a fazer 4 anos, qual é o tipo de bicicleta que lhe posso comprar?
- Bom, para essa idade tem estas bicicletas expostas nesta prateleira, que possuem rodas de 12 polegadas e que são indicadas a crianças dos 3 aos 5 anos.
- Hmm…Mas eu vi ali uma que é um pouco maior, mas gosto dela…
- Exacto, aquelas bicicletas são de tamanho 16 (16 polegadas de roda), pelo que será demasiado alta para a criança que referiu.
- E para que idade é que são aquelas bicicletas?
- As bicicletas de roda 16 são indicadas por volta dos 7 aos 10 anos.
- E não têm uma igual àquela mas mais pequena?
- Não, tudo o que temos em armazém está exposto aqui na loja.
- E não é possível dizer-me se estão à espera de alguma?
- Nós estamos a receber vários camiões durante a semana, e esperamos receber este tipo de produtos até ao final do mês…
- Ah...é que a minha mulher está ali a ver aquela bicicleta e estou a ver que está a gostar dela, sabe…
- Deixe-me salientar o facto da sua esposa ser possuidora duma bela retaguarda…
- Diga?
- Estava-lhe a dizer que a sua mulher possui um gosto extremamente requintado para apreciar aquele tipo de bicicleta…Também gosto da forma como os seios da sua esposa parecem carecer pelo meu afecto.
- Mas olhe, não me sabe dar uma data precisa de quando virá a bicicleta?
- De facto não, e de momento não creio ter faculdades suficientes para reflectir noutra coisa que não no curvilíneo busto da sua esposa…mas peça o número da loja no serviço ao cliente e ligue para cá ao fim da semana para saber se já recebemos o artigo…


Para finalizar, um tipo de cliente que aprecio bastante é o seguinte: (Nota, este diálogo é o único facto verídico que lerão nesta postagem)
Presa: tia de Cascais de idade superior a 50 anos, casaco de pele e cabelo explicitamente pintado de loiro.
Predador: Um empregado extremamente sensual, de monocelha arrebitada.
- Boa tarde, posso ajudá-la?
- Mas eu tenho ar de quem precisa de ajuda? O senhor não tem mais nada que fazer se não meter-se na vida das outras pessoas? É para isso que lhe pagam? Não preciso de ajuda e se precisasse com certeza não iria pedir a um incompetente como você!
(Hugo abandona a cliente no local e corre para a casa de banho onde chora incessantemente até à sua hora de saída).

Finalizando, gostaria de vos informar que apenas explicitei sucintamente o tipo de pessoas que qualquer empregado tem possibilidade de abordar no seu local de trabalho. Não poderia escrever uma postagem de tamanho regular se fosse a pormenorizar exactamente cada criatura que já tive o prazer de informar no meu local de trabalho, mas prometo que teria bastante piada. Vá, não prometo…mas pelo menos eu acharia piada!




AGRADECIMENTOS: Hoje, se me permitem, apreciaria muito agradecer ao meu agradecer ao meu agente por me ter facultado um casting para uma novela brasileira que se chamará “sete doidas e um cachorro”, novela que aguardo com bastante impaciência para vir a conhecer a história. Quero também agradecer às crianças…aliás…bestas que se dirigiram ontem à sessão das 21:50 do filme Yes! No Cascaishopping que passaram o filme todo a falarem e a fazerem palhaçadas em voz alta. A todos eles desejo convictamente que levem com uma bola nos genitais durante a próxima semana! Cumprimentos aos pais.

domingo, janeiro 04, 2009

Serra da estrela VS Algarve


Boas! Estimados e graciosos visitantes do meu deleitável blog, trago-vos hoje a primeira postagem deste novo ano que se estreou. Após 3 dias a recompor-me da devidamente bem-passada passagem de ano, entro neste novo ano com um texto escrito no fim do ano transacto. Deixo desde já os meus desejos de um bom ano a todos os leitores e críticos deste blog, e que 2009 traga ainda mais postagens…este é o meu desejo pessoal. Boa leitura!

Todos os anos existe uma série de notícias…vá lá…existem duas notícias nos telejornais que se podem considerar “ da praxe”. São elas:
Primeira notícia:
- Momento: Verão;
- Notícia: A maioria dos portugueses escolhe o Algarve como seu destino de férias, a região é alvo de uma enchente turística no ano mais quente da última década.
Segunda notícia:
- Momento: Inverno;
- Notícia: Portugueses escolhem a Serra da Estrela para passarem o fim-de-semana, no ano em que a serra foi alvo do maior verão da última década.
E este ano, surpreendentemente, o Algarve (segundo telejornais bastante credíveis) conseguiu alcançar a temperatura mais alta da última década, bem como a Serra da Estrela (segundo os mesmos telejornais) conseguiu obter o maior nevão dos últimos dez anos! Dizem até que é impossível poder chegar à torre!
Ora bem, visto que todos os anos oiço na telefonia que o acesso à torre é condicionado…como se fosse uma área secreta do Vaticano…começo a ponderar na questão e a chegar à conclusão que talvez, quiçá, a “torre” nem sequer exista! (Notem que empreguei a palavra “quiçá” numa frase ridícula, de forma a parecer uma palavra pouco ridícula!). Mas a sério, o estimado leitor já pensou nisso? A “torre” pode ser um mito!Mas o português, sendo uma espécie em vias de extinção com uma mentalidade bastante complexa, procura sempre estes locais de climas extremos para passarem as suas férias. E, se quisermos levar a coisa mais longe, podemos até perceber porque é que somos um país tão pouco desenvolvido, com um ordenado mínimo miserável…graças a deus! Porquê? Simplesmente porque se tivéssemos uma qualidade de vida semelhante às dos nossos amigos nórdicos, o destino de férias dos portugueses no Verão não seria com certeza o “económico” Algarve, mas sim um deserto do Saara, enquanto que no Inverno haveria um atafulhamento de lusitanos em terras da Islândia ou, indo a extremos, no Árctico! Isto levaria a que a raça lusitana já se tivesse há muito extinguido. Por isso sim, graças a deus que somos miseráveis! Se não fossemos uns pobres desgraçados já nem cá andávamos!
Mas se há facto irrefutável é que a nossa raça tem algo de…simplesmente maravilhoso. Não sei se é bem o adjectivo “maravilhoso” que deveria inserir aqui, mas sim “estúpido”. Com certeza que o leitor, sendo uma pessoa tão culta e informada, já assistiu a belos momentos de reportagem na Serra da Estrela, nesta altura. Não é simplesmente genial? Os avisos são feitos: “Maior nevão da história da humanidade na serra da estrela”, e para onde é que os “tugas” vão? – “Maria, isto aqui em Évora está uma seca, vamos pegar nos miúdos e na tua mãe e vamos passar um fim-de-semana à Serra da Estrela!!”. Esquecem-se, obviamente, que a neve tem alguma espessura lá para aqueles lados, pelo que é capaz de deixar os carros apeados…então, nas referidas reportagens, observamos o seguinte:
Mulher, sogra e crianças a tremerem dentro do carro, chefe de família com um trenó improvisado a fazer de pá fora do carro a tirar a neve de trás dos pneus. Repórter com um microfone espetado na cara da sogra enquanto o vento faz com que o capuz do seu casaco lhe bata na cara várias vezes consecutivas ao mesmo tempo que a neve entra pelo vídeo do carro e mate as crianças de hipotermia.
Repórter – Então, porque é que escolheu a Serra da Estrela para passar as férias?
Sogra – Ah, aqui é tudo muito lindo e os rapazes nunca viram neve…(Pois não, os rapazes nunca viram neve. Mas agora de certeza que se sentem muito mais realizados ao estarem a levar com ela no focinho e a passarem as melhores férias de sempre!).
Sinceramente fico sempre sem perceber quem é o maior asno: Se o “tuga” por ir passar férias à Serra da Estrela com o pior nevão de sempre, se o encarregado pelas notícias dos telejornais que todos os anos manda os seus repórteres irem gelar para a Serra da Estrela fazerem notícias desinteressantes. Um grande “hurra” a eles!


PS: Este texto foi postado ao som da música "Tintarella di luna", proveniente do maravilhoso blogue do meu grande amigo Victor de Freitas, e, por isso mesmo, é a ele que é dedicada esta postagem. Um grande abraço!

AGRADECIMENTOS: Estando eu de bom humor, gostaria de agradecer a todos os leitores deste blog. São as vossas visitas que me fazem continuar a escrever. Por isso, a pedido de muitas outras pessoas, PAREM DE LER ESTA M**** P’RA VER SE ISTO ACABA!!!! Cumprimentos aos pais.
PS1: Devido a pedidos insistentes por parte do meu acessor de imprensa, devo esclarecer que a foto que ilustra esta postagem é da autoria do mestre Ramalho, Pedro Ramalho. Para qualquer informação sobre a sua vasta obra, é favor consultar a wikipédia, ou então aceder ao site www.peliculamentefalando.blogspot.com