domingo, janeiro 11, 2009

Mercado de trabalho...muito trabalho.



Boas! Exuberantes fãs ou banais visitantes do meu afagado blog, tenho-vos a informar que recentemente entrei para o mercado de trabalho. Para quem não sabe o que é estar no mercado de trabalho, devo avisar o seguinte: Vocês são uns madraços, vão mas é trabalhar! (Para quem não sabe o significado da palavra madraço, por favor consultem um dicionário). Bom, vou tentar não me demorar nesta postagem.

Ao entrar no mercado de trabalho a minha reacção foi: “Baril, agora vou poder ter dinheiro meu, vai ser bestial poder comprar o que bem me apetecer e frequentar prostitutas!”. No entanto, o que fiquei desde logo a saber foi que, por algum feito mágico, cerca de um quinto (números fictícios) do meu salário é sugado por uma máquina de vácuo a que os adultos (que percebem muito destas coisas) gostam de chamar de “Estado”. A pergunta agora impõem-se: O que é que muda por um quinto (novamente números fictícios) do meu ordenado não vir a ser utilizado por mim? Em primeiro lugar, o leitor não tem nada a ver com a minha vida pessoal, portanto não lhe darei o prazer de ver essa pergunta respondida. A verdade é que com esse furto a que passei a ser alvo, o que pode acontecer é que na minha primeira visita a uma profissional da prostituição eu não tenha dinheiro para adquirir os serviços de uma profissional saudável, tendo por isso de recorrer a uma profissional de inferior qualidade e que possa mesmo ser portadora de doenças sexualmente transmissíveis. Este facto deixa-me bastante insatisfeito e a ficar a olhar de lado para o Estado, seja lá o que isso for na realidade.

Outra situação que reparei ao estar empregado, é que passo a ser alvo duma ditadura dentro duma democracia. Na verdade, os patrões possuem um regime altamente totalitário onde nenhum empregado pode sequer, imagine-se, mandar-lhes ir dar uma volta! Isto deixa o meu orgulho de rastos, sendo eu alvo de chacota pelo meu lado vil da consciência que me diz ao ouvido “Então cãozinho, não vais arrumar a tua secção tal como o teu patrão te mandou?” e “Muito bem, senhor Hugo…a arrumar as caixas de duas toneladas na prateleira de cima, como manda o chefe!” Geralmente mando esse meu lado da consciência dar uma volta ao bilhar grande, mas começo-me a aperceber que ele tem razão e que, de facto, eu sou um cãozinho. Mas um cãozinho com pedigree!

Mudando ligeiramente de assunto, é impressionante a variedade de clientes com quem podemos cruzar uma breve conversa, e alongaria demasiado esta postagem caso pormenorizasse cada um do tipo de pessoas com quem lido agora no meu dia-a-dia. No entanto, tentarei demonstrar o tipo de criaturas que deambulam pelas mesmas lojas que o leitor:
Existe, primeiramente, o cliente chato, que nos faz montes de perguntas sobre determinado artigo exposto na loja, perguntas essas cujas respostas desconhecemos por completo mas que, ainda assim, insistimos em inventar uma resposta credível. Isto, obviamente, até ao dia em que surge um cliente possuidor de um Q.I. superior ao nosso, como é geralmente o meu caso, em que se sucede a seguinte situação:
- Olhe, chegue aqui, por favor.
-Boa tarde!
- Olhe, é o seguinte, eu quero saber a quanto é que anda este carro a bateria.
- Portanto, este carro possui uma bateria de 6 volts, pelo que atingirá no máximo 4 quilómetros horários.
- Só? Mas isso é muita fraquinho! Não têm mais?
- Temos também motas e carros a bateria de bateria de 12 volts, mas essas também não ultrapassarão os 6 quilómetros horários.
- 6?! Mas está ali no papel a dizer que dá os 8 quilómetros/hora!
- 8? (Hugo faz-se despercebido) Ah…sim, está-se a referir àquela mota, pensei que estivesse a falar-me desta…(disfarça este elegante macho latino conhecido vulgarmente por Hugo)
- Não, é esta! Isto dá os 8 quilómetros/ hora não é verdade?
- Exacto.
- E a bateria disto dura quanto tempo?
- A bateria tem uma autonomia de duas horas, mas como as crianças nunca costumam andar duas horas seguidas…ainda dura uns diazitos…mas a mota já traz o carregador.
- E quanto tempo é que demora a carregar?
(Aqui Hugo é apanhado desprevenido, não fazendo a mínima ideia de que resposta dar)
- A bateria dura…cerca de…uma hora a carregar!
- Uma hora?! Então mas ela demora menos tempo a carregar do que a andar?! Como é que isso é possível?!
(Neste momento, Hugo foi descoberto na sua emboscada de falsidade. No entanto, não pode demonstrar qualquer sinal de fragilidade, pelo que é forçado a improvisar)
- Sabe, este fabricante é bastante conhecido pelo desenvolvimento técnico dos seus artigos…
- Mesmo assim…oh amigo, tem mesmo a certeza do que me está a dizer?
- Claro! Mas se pretender eu posso consultar um colega meu para ver se ele contraria a minha afirmação.
- Faça o favor.
(Hugo desloca-se ao armazém)- Porra Tiago, disse a um cliente que a bateria da mota de 12 volts demora uma hora a carregar!
- Uma hora?! Então as de 6 volts demoram seis horas…
- Epá e agora?
- Agora sei lá…dá a volta ao cliente! (por estes motivos não revelo o estabelecimento que me empregou)
(Hugo regressa ao diálogo com o cliente
)
- O meu colega informou-me que mudámos de fornecedor, pelo que os carregadores são um pouco mais fracos…essa mota demora mais de 6 horas a carregar.
- Mudaram de fornecedor? Mas a bateria tem de ser a mesma, amigo…
- Claro…
- Então o que é que me está a querer dizer?
(Neste momento todo o espírito criativo de Hugo desfalece e este é forçado a espetar a chave de fendas que segurava na mão direita na têmpora do cliente, que rapidamente cai ao chão envolto numa poça de sangue. Num gesto extremamente rápido, Hugo puxa o cliente para o armazém enquanto os seus colegas que passavam pelas redondezas limpam o rasto de sangue deixado pelo cadáver. Momentos mais tarde, os restos mortais do cliente foram devorados pelos empregados do estabelecimento comercial.)

Outra situação a que estou sujeito é a ser abordado por um cliente visivelmente analfabeto e de Q.I. inferior a uma batata frita, mas que, inexplicavelmente, traz consigo uma mulher de fazer inveja a qualquer um. O tipo de diálogo que se pode desenrolar nesta situação será próximo do seguinte:
- Boa tarde, posso ajudá-la?
(O marido antecipa-se à resposta da fêmea que eu havia abordado)
- Boa tarde, eu tenho um filho que está a fazer 4 anos, qual é o tipo de bicicleta que lhe posso comprar?
- Bom, para essa idade tem estas bicicletas expostas nesta prateleira, que possuem rodas de 12 polegadas e que são indicadas a crianças dos 3 aos 5 anos.
- Hmm…Mas eu vi ali uma que é um pouco maior, mas gosto dela…
- Exacto, aquelas bicicletas são de tamanho 16 (16 polegadas de roda), pelo que será demasiado alta para a criança que referiu.
- E para que idade é que são aquelas bicicletas?
- As bicicletas de roda 16 são indicadas por volta dos 7 aos 10 anos.
- E não têm uma igual àquela mas mais pequena?
- Não, tudo o que temos em armazém está exposto aqui na loja.
- E não é possível dizer-me se estão à espera de alguma?
- Nós estamos a receber vários camiões durante a semana, e esperamos receber este tipo de produtos até ao final do mês…
- Ah...é que a minha mulher está ali a ver aquela bicicleta e estou a ver que está a gostar dela, sabe…
- Deixe-me salientar o facto da sua esposa ser possuidora duma bela retaguarda…
- Diga?
- Estava-lhe a dizer que a sua mulher possui um gosto extremamente requintado para apreciar aquele tipo de bicicleta…Também gosto da forma como os seios da sua esposa parecem carecer pelo meu afecto.
- Mas olhe, não me sabe dar uma data precisa de quando virá a bicicleta?
- De facto não, e de momento não creio ter faculdades suficientes para reflectir noutra coisa que não no curvilíneo busto da sua esposa…mas peça o número da loja no serviço ao cliente e ligue para cá ao fim da semana para saber se já recebemos o artigo…


Para finalizar, um tipo de cliente que aprecio bastante é o seguinte: (Nota, este diálogo é o único facto verídico que lerão nesta postagem)
Presa: tia de Cascais de idade superior a 50 anos, casaco de pele e cabelo explicitamente pintado de loiro.
Predador: Um empregado extremamente sensual, de monocelha arrebitada.
- Boa tarde, posso ajudá-la?
- Mas eu tenho ar de quem precisa de ajuda? O senhor não tem mais nada que fazer se não meter-se na vida das outras pessoas? É para isso que lhe pagam? Não preciso de ajuda e se precisasse com certeza não iria pedir a um incompetente como você!
(Hugo abandona a cliente no local e corre para a casa de banho onde chora incessantemente até à sua hora de saída).

Finalizando, gostaria de vos informar que apenas explicitei sucintamente o tipo de pessoas que qualquer empregado tem possibilidade de abordar no seu local de trabalho. Não poderia escrever uma postagem de tamanho regular se fosse a pormenorizar exactamente cada criatura que já tive o prazer de informar no meu local de trabalho, mas prometo que teria bastante piada. Vá, não prometo…mas pelo menos eu acharia piada!




AGRADECIMENTOS: Hoje, se me permitem, apreciaria muito agradecer ao meu agradecer ao meu agente por me ter facultado um casting para uma novela brasileira que se chamará “sete doidas e um cachorro”, novela que aguardo com bastante impaciência para vir a conhecer a história. Quero também agradecer às crianças…aliás…bestas que se dirigiram ontem à sessão das 21:50 do filme Yes! No Cascaishopping que passaram o filme todo a falarem e a fazerem palhaçadas em voz alta. A todos eles desejo convictamente que levem com uma bola nos genitais durante a próxima semana! Cumprimentos aos pais.

6 comentários:

Anónimo disse...

"monocelha arrebitada"

cume/auge/clímax da postagem!


beijinho

Maria Ana

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

hahahahaha devoraram o cadavéR??? ou aliás "o andre devorou o cadaver"??? xD

mto bom o post sim senhor!! parabens

vela se fazes um post sobre os carteiros sim?

Anónimo disse...

LOOOL hugo! eu bem que reparei hoje que estava na compactodora uma saco um pouco para o esquisito, será que era o senhor? XD LOOL a tia de cascais matou.me XD nunca tinha.me acontecido tal

Abraços oh trabalhador xD

Queres é Aparecer disse...

Bem vindo ao mundo dos crescidos

...victinho disse...

Pois, huguinho bem vindo ao mundo laboral!!!!Mas temos que levar a vida alegres e contentes! mas se te tratarem mal avisa que a malta vai lá ralhar com eles!
Beijokitas e abracinhos